%A Barata, André %D 2007 %T Uma abordagem husserliana ao problema da referência %K %X No último quartel do Séc. XX, instalou-se na Filosofia da Linguagem um vivo debate entre duas teorias acerca da referência, a teoria descritivista, formulada por Bertrand Russell e com raízes na filosofia de Frege, e, a desafiar esta, a teoria causal da referência, sob o impulso de Putnam e de Kripke. Há, por outro lado, importantes estudos do pensamento de Husserl, centrados sobretudo em Ideias I , que dão conta da possibilidade de uma sua leitura fregeana. O intuito desta comunicação reside, primeiramente, em mostrar que, não obstante essas leituras, os aspectos semânticos mais originais na fenomenologia de Husserl e, além disso, também mais interessantes para o debate sobre o problema da referência, se encontram logo na Primeira das Investigações Lógicas . Com efeito, nesse texto, cremos ser possível mostrar que a teoria da expressão de Husserl não se ajusta nem à teoria descritivista nem à teoria causal da referência. As razões do desajustamento, segundo tese que propomos, prendem-se com o facto de ambas as teorias da referência, descritivista e causal, disputarem entre si o problema da frxação da referência das expressões como se esse fosse o problema de saber o que faz com que as expressões refiram. Mostrar que não é assim com Husserl, conduz-nos a um terceiro problema, na obra póstuma Experiência e Juízo , sobre a constituição dos referentes, enquanto objectos de urna relação directa ao individual, ou seja, enquanto objectos de experiência. Quererá isto dizer, concluindo, que o problema da referência, antes de respeitar às expressões referenciais, respeita à própria experiência e que tal problema deverá, por isso, resolver-se na constituição passiva e ante-predicativa da experiência. %U http://phainomenon-journal.pt/index.php/phainomenon/article/view/132 %J Phainomenon %0 Journal Article %P 93-114%N 14 %@ 2183-0142 %8 2007-10-01